domingo, 13 de março de 2011
Nada como um couscous em Paris
A primeira vez que fui a Paris comí um couscous marroquino e aquele sabor ficou marcado na memória como relacionado com a cidade. Até mesmo quando faço em casa a lembrança de comê-lo na capital francesa surge com força. Portanto, sempre que estou por lá faço questão de ir a um restaurante, de preferência em Saint Michel ou Saint Germain, e pedir um para reforçar a referência. Desta vez andei muito até achar um restaurante que me cativasse o suficiente para me fazer entrar para um almoço. Achei o L'Auberge de St.Germain que mostrava na porta muitas opções de couscous. Entrei e o lugar era perfeito: fiquei numa mesinha perto da janela aberta para o boulevard que estava calmo àquela altura do dia (tinha acabado de passar um bloco de carnaval brasileiro...). Lí o cardápio e perguntei ao garçon (uma peça rara...) se o Couscous Royal não era uma opção exagerada para eu comer sozinho. "Claro que não", disse ele.Pedí-o então e fiquei quietinho bebendo meu vinho Bordeaux e colocando meu diário de viagem em dia.
Meu amigos, chegou à minha frente um prato de couscous que daria para duas pessoas, além de seu caldo de legumes e um outro com carnes variadas de carneiro, frango, linguiça e um churrasquinho. Olhei para aquilo como se enfretasse um desafio invencível, mas como depois iria encarar o Musée D'Orsay, resolvi que a energia para o imenso museu sairia dalí. À primeira garfada do couscous embebido no caldo fui tomado por uma surpresa: que delicadeza era aquela? Depois de muito provar e tentar adivinhar o que fazia o prato ser tão fino descobrí que além dos legumes o caldo tinha peras cozidas, que era onde residia a sutileza do prato. Em resumo: comi tudo com um prazer que durou do início ao fim e saí para a vida parisiense leve e fagueiro, sem que a lembrança do almoço ficasse comprometida por uma indigestão. Foi um dos melhores repastos na cidade.
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Cai para mim como uma luva. Eu fico com o couscous légumes, por um preço muito bom (15 e.)
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