domingo, 13 de março de 2011

Fauchon






Como meu hotel era perto da Madeleine, fui lá ver a Fauchon e suas deslumbrantes vitrines. Em frente à caviarteria entendi porque nos anos 70 - se não me engano - a casa foi alvo de um atentado terrorista pelo significado que possui no mundo do luxo ocidental. A loja sobreviveu e continua sendo uma referência única no comércio de comidas sofisticadas, além de tudo que vem agregado como "valor imaterial" nesta instituição francesa que foi fundada em 1886 por Auguste Fauchon. Passar lá para tomar um simples café com croissant é ter certeza que o leite é exclusivo, o café veio de plantações nos Andes e que as vacas que produziram a manteiga foram tratadas com grama na Normandia. Agora imagine o que dizer do patê de foie gras (que desmancha na língua), no caviar sevruga (tem o beluga também) e de toda aquela pâtisserie que parece ter luz própria pois salta aos olhos dispostas em bandejas na vitrine como se fossem jóias. Comer no Fauchon é quase uma obrigação para quem vai a Paris, nem que seja um docinho delicado, mas que deve ser degustado dentro da loja só para se ter o prazer de poder contar para os amigos: "Comi no Fauchon". Eu fui lá duas vezes nesta viagem recente, numa comí um folhado de salmão com um vinho Chablis, e na outra fiz uma degustação de caviar "light", já que a degustação "hard" era "hard" mesmo para o bolso...rs...Como isto não é minha rotina na vida, me dou ao prazer de fazer algumas extravagâncias como estas para guardar para os dias de eclipse existencial: nestas horas escuras isto surge como uma esperança de que a humanidade possui um refino redentor.

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