sexta-feira, 8 de abril de 2011

Na mesa do bar




Tive um encontro afetivo/profissional nesta semana com colegas acadêmicos para discutir um livro que vamos publicar (a parte profissional) e para sentarmos na mesa de um bar para colocarmos a vida em dia (a parte afetiva). Fomos a um bar tradicional da cidade, o Bar do Bigode, que é um ícone da balada de muita gente. Finalizar a jornada de trabalho - ou iniciar um bom fim-de-semana - no lugar parece ser uma ação freqüente para muitos que encontram alí um sítio ideal para o descarrego das tensões. Ou não: o simples convívio humano que bares promovem pode ser a chave para a felicidade.
Se não se chega cedo é impossível sentar nas mesas, daí a porta e o passeio em frente virar uma estensão do espaço da casa. Por alí transitam fregueses, garçons e também um comércio de rua onde os vendedores ambulantes ficam passando entre o público oferecendo uma série de coisas que vão desde um artesanato feminino até ofertas de cartões administrativos (juro!!!). Mas nada impede que o principal aconteça: o bom papo e uma comida que só se faz alí. Não sei se chamar os petiscos do Bigode de "comida" pois foge um pouco deste formato ancorado na nutrição. O forte da casa são os tira-gostos, a maioria de feitura cuidadosa, sendo que o torresmo é quase um monumento à comida de boteco local. E é mesmo muito bom. A lotação da casa demonstra isto.
Esta peça da culinária da casa pode chegar à mesa à pururuca, acompanhando uma mandioca frita no ponto, ou seja, crocante por fora e cremosa por dentro. Mas a forma mais sedutora desta parte do porco - infeliz coadjuvante da nossa alegria gustativa - é a "ponta", parte da barriga do suíno onde predomina a carne com uma fina e necessária camada de gordura, que vem à mesa fatiada, cheirosa, suculenta e frita no ponto certo. É uma maravilha. Tal qual certa propaganda televisiva diz: "É impossível comer um só". E dá-lhe uma gelada caipirinha (ou cerveja, para os aficionados)para regar tudo: o torresmo, a mandioca frita e o papo revigorante com amigos queridos.
Se você não conhece, não sabe o que está perdendo.

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