sábado, 5 de fevereiro de 2011

Outro Troisgros





Fui conferir no Rio, mais exatamente no Leblon, o novo empreendimento do chef Claude Troisgros. Mais do que estabelecido na vida gastronômica da cidade, o inquieto francês - acho que já está mais para brasileiro - resolveu abrir um bistrô ao qual chamou CT Boucherie.
Como o nome já diz, a especialidade da simpática casa são as carnes, mesmo tendo também peixes no cardápio. De qualquer forma aproveitei a beleza da manhã de verão que fazia e fiz uma caminhada lenta até o lugar e acabei chegando um pouco cedo, em torno do meio-dia, o que para o povo carioca é hora de ainda estar na praia. E qual não foi a minha surpresa de já encontrar a casa com alguns lugares tomados. Dei sorte, meia hora depois a lotação era total, tanto na parte de dentro como na varandinha aberta para a charmosa Dias Ferreira. A conclusão de que a casa está na onda foi inevitável, e realmente o restaurante tem decoração simpática e bem-humorada, com os donos posando numa foto enorme com os aventais sujos de sangue, e dos desenhos dos cortes do boi por toda a parede. Mas vamos ao repasto.
Pedí um baby beef, que veio rápido e preparado do modo que queria - bleeding...- acompanhado de uma mousse verde e do molho poivre num recipiente à parte. Fora isto havia outros acompanhamentos que vinham delicadamente dentro de peças de louça ou panelinhas de ferro: farofa de panko (um hit da casa!), finíssimas batatas fritas e bananas em fatias também fritas. Como se não bastasse, os garçons se revezam na oferta de outros acompanhamentos que são oferecidos com sua descrição completa: purê de mandioquinha, tomatinhos ao forno recheados com farofa, ratatouille, legumes cozidos, purê de maçã com maracujá (maravilhoso!),xuxú ao molho branco gratinado, arroz "doido" (ou seria "maluco"?) com legumes e bacon, e um perfeito "risoto-sem arroz" de quinoua com shitake. Ufa!!! Mas sendo comedido nas porções dá para experimentar um pouquinho de cada. Escolhí um vinho carmenére para companhar e caiu bem. No fim do almoço caí na tentação e pedí uma mousse de chocolate "de colher", que veio acompanhada de um creme holandês e uma forofa crocante, gostosa, sem muito açúcar. Expresso, petit four e a conta fizeram o cair da cortina.
Resumindo, foi um almoço prazeiroso, só me incomodando alguns dos fregueses presentes que insistiam em falar initerruptamente ao celular e como o lugar é pequeno, ouvía-se tudo com riqueza de detalhes. E se não bastasse, certa altura começaram a retirar das malas e bolsas imensos lap tops para serem manipulados como se fosse a última coisa a fazer. Que coisa mais chata!!!

Um comentário:

  1. Concordo plenamente com você. Estes celulentos à refeição são um porre, e daqui para a frente serão os ipads à mesa. Nestas horas eu lembro de John Lydon cantando:

    "Burn, Hollywood, burn!"

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